Uma questão de palavras

Conta-se que, certa vez, um grande amigo do poeta Olavo Bilac queria muito vender uma propriedade, de fato, um sítio que lhe dava muito trabalho, despesa, muita dores de cabeça, e que não valia a pena mantê-la.
Pediu então ao amigo poeta que redigisse o anúncio de venda do seu sítio, pois acreditava que, se ele descrevesse a sua propriedade com palavras bonitas, seria muito fácil vendê-la.
Olavo, que conhecia muito bem o sítio do amigo, redigiu o seguinte texto:
“Vende-se encantadora propriedade onde cantam os pássaros ao amanhecer, no extenso arvoredo. É cortada por cristalinas e refrescantes águas de um ribeirão. A casa, banhada pelo sol nascente, oferece a sombra tranquila das tardes, na varanda.”
Meses depois, o poeta encontrou o seu amigo e perguntou-lhe se tinha vendido a propriedade.
“Nem pensei mais nisso”, respondeu. “Quando li o anúncio que você escreveu, percebi a maravilha que eu possuía.”

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Muitas vezes quando nos disciplinamos a usasr as palavras para pintar quadros mentais, nos surpreendemos com a mudança que geramos em nosso próprio quadro mental.
Lembremo-nos que nossa língua é um pincél e as palavras são as tintas. A tela é a mente de quem nos ouve.

Saúde e Paz

Roberte Metring

Não me peça explicações, não as tenho. Eu simplesmente aconteço.
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