CORONAVIRUS

Caros leitores e leitoras.

Estava aqui relembrando o que vivi por ocasião da chegada do H1N1. Eu viajava semanalmente de avião por todo o Brasil, de norte a sul, indiscriminadamente, por conta das minhas funções profissionais. A cada aeroporto, a cada aeronave, vários problemas. Bastava um espirro, e o pânico estava instalado. Todo mundo de máscaras, numa completa manifestação de pânico.

Vários tipos de tratamento regulares e alternativos apareceram, pessoas infectadas, e o risco da morte iminente viajando ao seu lado. Uma criança com o nariz escorrendo já causava desespero (e no inverno isso é muito comum, então imaginem). Na época escrevi vários artigos no blog sobre o assunto, que recomendo que leiam nos links http://www.psicologoroberte.com.br/h1n1-psiconeuroimunologia-e-imunidade/ e http://www.psicologoroberte.com.br/gripe-a-h1n1-alimentacao-e-sistema-imunologico/, entre outros, mas principalmente estes, onde falo sobre o sistema imunológico.

Volto a bater na tecla também com relação ao coronavírus (Covid-19). Sim, o vírus existe e está causando muitos problemas de toda ordem, e matando, inclusive. Ocorre que, apesar de ser um problema de saúde pública mundial (pandemia), é um problema que deve ser analisado sobre uma outro prisma: o da saúde pessoal. Mas que saúde?

Estou aqui falando da uma constelação de situações que vai desde a saúde física, passando pela saúde mental, chegando aos problemas de higiene.

Num organismo em estado de imunidade elevada, poucos vírus ou bactérias conseguem ter sucesso, até porque, o vírus quer um hospedeiro vivo, um hospedeiro morto não lhe serve para nada. A própria natureza parece indicar os sinais.

No dia 20 de janeiro Coreia do Sul e Estados Unidos tinham o mesmo número de casos. Até semana passada os Estados Unidos tinham feito 4,3 mil testes, a Coreia do Sul 196 mil testes. Quando a Coreia do Sul tinha 17 casos fatais pelo Covid-19, a Itália tinha 13. Hoje a Coréia tem 19 mortos, a Itália mais de mil. O que há de diferente entre esses dois países? Várias coisas.

A Coréia adotou forte regime de higienização e segurança, a Itália, pelo visto, achou que não valia à pena. A Coréia tem uma quantidade maior de pessoas mais jovens, a Itália tem uma quantidade maior de pessoas idosas. O Coronavírus parece ser mais fatal em pessoas de mais idade, porque? Analise, e verá que a maior quantidade de mortes é de pessoas de mais idade, com o sistema imunológico mais debilitado, e alguns já sofrendo de doenças pré-existentes ao vírus.

Por que estou reforçando isso? Porque precisamos cuidar, sim, cuidar muito. Cuidar da alimentação: não dá para ficar comendo mais porcarias, como é hábito na sociedade brasileira, eterna copista dos hábitos norte americanos de alimentação. Não dá mais para não cuidar da saúde mental: brasileiros não acham isso importante, afinal temos praias, pagodes, funks e outros recursos para amenizar o sofrimento da alma. Não dá mais para não cuidar da higiene pessoal: somos acostumados a pensar que tudo está limpo e organizado, cuidando pouco de tudo no que tocamos, no que levamos à boca, e assim por diante.

O pânico causado pela situação atual aponta, de forma indelével, para a condição mental do povo (mundialmente falando), que está até mesmo fazendo estoque de papel higiênico (explique isso). Falta consciência dos governantes, que limitam a quantidade de pessoas num evento a não mais que 500, não mais que 1.000 , sem mesmo combinar com o vírus que ataque somente a pessoa 501 ou 1001, o que beira à incapacidade cognitiva.

Se não tomarmos medidas drásticas em relação à higiene comunitária, à melhoria da alimentação (mais qualidade e menos quantidade), à higiene mental, e ao conjunto de práticas que aumentem o sistema imunológico, qualquer vírus, não precisa ser o Covid-19, pode ser qualquer um, pode nos deixar sim em situação de morte.

Parece que este vírus chegou para aproximar, inclusive, as famílias, colocando as pessoas para ficarem mais em casa, conviverem mais. Talvez muitas pessoas até redescubram que tem uma família, e que isso é bom, como nos tempos das reuniões na cozinha em volta do fogão à lenha.

Dessa forma, fica aqui o apelo: não descuidem. Ao contrário, cuidem de si, cuidem de suas ações, cuidem de seus pensamentos, cuidem dos seus processos mentais (não ao pânico, sim aos cuidados preventivos).

O pânico somente serve para que pessoas invadam os supermercados para acabar com o estoque de papel higiênico, como se isso fosse eliminar toda a carga viral do planeta. Sim, o papel higiênico tem sua simbologia, e neste caso, a simbologia é se prevenir do asco. Mas o pior asco está entrincheirado no ódio, na amargura, na depressão, na desavença, no desequilíbrio social, na incapacidade de resiliência, na vida amarga, na falta de sentido, na falta de propósitos, na falta de comida, na falta de saneamento, na falta de bom senso, na falta de ética, na falta de moral, na falta de religiosidade (não de religião, que parece bem suprida), e a lista é longa.

Mas, podemos tirar lições do momento, e em vez de nos lamentarmos, passarmos a outro patamar nas nossa história vivencial. Estamos no ano 2020, e, como li esses dias, em vez de estarmos andando em carros voadores (como pregavam os filmes de ficção), estamos na verdade é reaprendendo a lavar a mãos (de volta ao passado, literalmente). As vezes precisamos dar um passo atrás para poder dar passos à frente. O fracasso é a falta de capacidade de aprender com a situação. Podemos escolher neste momento se seremos seres fracassados, ou se vamos evoluir, não no sentido tecnológico, que mostra-se em alta, mas no sentido humano da palavra, pois mesmo com tamanha tecnologia, que consegue nos lançar aos planetas mais longínquos, não conseguimos dar conta de um vírus minúsculo e insignificante, que conseguiu derrubar as bolsas de valores, o preço do petróleo, isolar países e continentes, provocar revisão de processos, provocar todo tipo de comoção, paralisar voos e aeroportos, estagnar a globalização, paralisar a vida fluida e volátil em que nos encontramos.

Vamos cuidar de nosso corpo, de nossa mente e de nosso espírito, pois um vírus não pode ser maior que nossa capacidade de manter corpo-mente-espirito alinhados na capacidade de combater sua invasão. Vamos nos dedicar mais ao amor, à família, ao convívio. Vamos nos cuidar mais e cuidar daqueles que estão próximos, pois estaremos cuidado de nós mesmos. Talvez, também, esse vírus seja capaz de nos reensinar coisas que nossos antigos já sabíamos: vivemos uma vida holística, ou seja, o cuidado de um é o cuidado de todos.

Deixo a reflexão. Voltarei ao assunto.

Roberte Metring

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Sucesso e paz.
Varekai (onde quer que seja)
Roberte Metring – CRP 03/12745

Não me peça explicações, não as tenho. Eu simplesmente aconteço.
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